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Número de usuários do SUS na capital supera a população

Goiânia tem cerca de 1,8 milhão de cartões do Sistema Único de Saúde (SUS) emitidos, número 43% maior que a população do município. Essa quantidade de cadastrados encontra explicação na grande procura por serviços médicos na capital, provocada pelas carências do atendimento no interior e em outros Estados. Significa um contingente de pessoas que viaja diariamente em busca de um direito básico e revela outra face da crise enfrentada pela rede pública de saúde. O cartão do SUS foi criado para facilitar a troca de informações entre as secretarias de Saúde de todo o País e permitir que o médico tenha acesso ao prontuário eletrônico do paciente. Ele é necessário para atendimentos de alta complexidade e o fornecimento de medicamentos. Por esse motivo, os usuários acabam mentindo sobre o endereço quando solicitam a confecção do documento. Em outubro de 2008, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) chegou a suspender a emissão dos cartões por entender a prática como fraude. Na época, havia mais de 1,3 milhão de cartões do SUS em Goiânia. Com a medida restritiva criada pelo então secretário Paulo Rassi, a SMS passou a fazer novos cadastramentos apenas para fins de faturamento junto ao Ministério da Saúde. Mesmo assim, nos últimos quatro anos cerca de 500 mil novos cartões foram confeccionados. Falsificação A SMS estima que o gasto mensal com pacientes de fora de Goiânia seja entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão. Na época da suspensão da emissão dos cartões, foram realizadas visitas domiciliares para conferir os dados dos usuários. O levantamento detectou a falsificação de documentos - sobretudo comprovante de endereço - para cadastro no sistema. A secretaria estuda uma retomada da abertura dos cadastros, mas em moldes diferenciados. Um dos defensores da ideia é atual titular da SMS, Elias Rassi. O secretário argumenta que o SUS não restringe o atendimento pelo fato do paciente ser de outra localidade, até porque dois dos seus princípios fundamentais são a universalidade e a equidade. Ele também explica que a pessoa do interior tem menos acesso aos serviços de saúde, que estão disponíveis somente na capital. O diretor de Regulação, Controle e Avaliação da SMS, Fernando Machado de Araújo, explica que dispor de informações precisas e cadastros corretos facilita para a secretaria conseguir mais repasses do Ministério da Saúde. Os recursos são calculados para atender a população de Goiânia - de 1,2 milhão de habitantes - e não conseguem dar conta da demanda atual, que é muito superior. "Precisamos classificar a origem do paciente até mesmo para prestar contas", afirmou. Outras conseqüências do número exagerado de cartões do SUS emitidos em Goiânia são os erros estatísticos. Como a capital é um centro reconhecido na área de saúde, a procura por tratamento e a emissão do documento na cidade induzem ao erro nas informações. "Passa-se a impressão de que aqui existem mais mortes por câncer que em outros locais, mas não é verdade", explicou Fernando Machado de Araújo. Migração Diariamente, uma frota de vans e ônibus chega e sai de Goiânia levando ou trazendo pacientes para serem atendidos nas unidades de saúde da capital. São pessoas que realmente precisam do tratamento e vêm em busca do acesso aos serviços, até porque são inexistentes no interior. Essa movimentação começou há cerca de 20 anos, assim que foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS) e fez com que se espalhassem pela cidade dezenas de casas de apoio para os doentes. Esse público responde pela metade das internações hospitalares em Goiânia pelo SUS. Todos os domingos uma van deixa Santa Rita do Araguaia. Roda 500 quilômetros para chegar à capital trazendo pacientes para seus tratamentos. Todos ficam hospedados na casa de apoio mantida pela prefeitura do município, que tem menos de 7 mil habitantes e fica na divisa com o Mato Grosso, no Sudoeste goiano. Há um mês, Maria Aparecida Benta embarcou nessa viagem, mas até hoje espera ser atendida em Goiânia. A trabalhadora rural aguarda a realização de exames para retirar um tumor na tireoide. Maria Aparecida tem 55 anos. Ela conta que a principal referência dos moradores locais é a cidade de Mineiros. É lá que eles vão fazer compras, onde os jovens buscam estudo e diversão. Mas a cidade não oferece serviço de saúde para tratamentos complexos. "A van vem sempre cheia e tem vez que ainda fica gente pra trás", revela. A trabalhadora foi encaminhada para a capital pela própria prefeitura do município onde mora. Nos 32 dias que está em Goiânia, duas colegas que estavam hospedadas na casa de apoio morreram longe da família, quando estavam em hospitais. Existem inúmeras casas de apoio na capital, algumas mantidas por entidades filantrópicas, mas a maioria por prefeituras do interior. Geralmente, quem cuida dessa "política de saúde" são as primeiras-damas. A casa de apoio de Porangatu é um exemplo. Duas vezes por semana um ônibus transporta pacientes para Goiânia. A cidade conta com um hospital público, mas não tem unidade de terapia intensiva (UTI) e só faz exames laboratoriais e de raio-x. REMÉDIOS A saída é vir para a capital em busca de atendimento qualificado. Portador de hepatite C desde 2001, Olivar Peres vêm regularmente à capital para receber tratamento no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) e buscar medicamentos de alto custo. "Já tentaram nos excluir do SUS. Mas as pessoas precisam entender que a gente não está em Goiânia porque quer. Realmente nós precisamos", desabafa. Porangatu fica a 400 quilômetros da capital. O município tem 40 mil habitantes e absorve pacientes das cidades menores localizadas ao redor. No entanto, em casos de acidentes graves as perspectivas não são boas para ninguém. Os fraturados precisam ser encaminhados ao Hospital de Urgências de Anápolis (Huana) para receber tratamento com ortopedistas e neurocirurgiões.

Data : 09/01/2012

Fonte : Jornal O Popular -




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